terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Volta.

Esperança há tempos se perdeu,
Mas vem desesperada à madrugada
Descobrir a lágrima antes enxugada
E lembra do sonho que se vendeu.

A esperança sorrateira então volta,
Mas pensas continuar em plena paz
Porque numas tristezas está envolta
Enquanto nas lágrimas se desfaz.

Contudo, ela voltou completamente
E, numa imensa fúria, nos destrói;
Sabia que não podia ser diferente.

De novo o sentimento se constrói,
Mas lá vem a esperança novamente;
Maldito sentimento que corrói.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fora da caverna.

Maldito conhecimento que me faz enxergar o mundo, que me faz ver a realidade, que me corroí e me liberta dessa alienação. E ao mesmo tempo me prende na transgressão. Afinal, quem uma vez sentiu o calor da verdade na pele, não volta para a sombra da ignorância.
Ah, como eu queria que as sombras da caverna me tivessem sido suficientes. Suficientes para me entreterem, para me mostrarem o quão belo e simples é o mundo. Mas não. Eu tive que querer mais, tive que não me contentar.
E aquela pílula vermelha me pareceu tão bela! Quando a tomei... o efeito foi tão rápido. Mal sabia eu que o sofrimento seria cada dia pior. Porque a verdade dói. Porque a verdade mostra o quão ignorante você continua sendo e o quão deploráveis os seus objetivos eram.
E mais: faz com que você questione. 
Um punhado de perguntas que jamais terão respostas se apoderam dos seus sentidos, da sua mente e da sua voz. E então... você desiste de resistir, desiste de ser forte, desiste de ser uma pessoa feliz. E se torna uma pessoa crítica. Mal sabendo que essa desistência,  na verdade, foi o auge da sua força: a decisão de que algo é maior do que si mesmo.
Mal sabendo que jamais teria a dádiva da alienação de novo.
Porque agora... você pensa. Agora você sabe. E, mais uma vez, a realidade não é simpática, agradável ou bonita.

Mas é real, não é? E isso basta.
Por mais que as vezes me dê raiva essa minha escolha, não me arrependo.
Por mais que o peso da responsabilidade quase nos esmague, temos que continuar lutando.
Porque uma pequena mudança, por menor que seja, nessa realidade pode mudar tudo.
E só pessoas como nós podem fazer essas mudanças.
E pela primeira vez fica claro que o mundo realmente precisa de nós.

E como precisa!